sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Homens e Mulheres: quando há violência de gênero.

A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, vítima de violência de gênero. Em Pernambuco, os dados são os mais alarmantes. Há uma média anual de sete mil queixas, entre lesões corporais e estupros. Estima-se que 319 mulheres foram assassinadas só neste ano.
É caracterizado violência de gênero, qualquer conduta de coerção ou agressão ocasionada pelo fato da vítima ser mulher e que cause danos físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico. A maioria dos casos acontece dentro de casa, e os crimes são praticados pelos próprios companheiros, maridos e namorados.
Entre as principais causas está o ciúme, tendo como fatores agravantes a bebida e as drogas ilegais, que muitas vezes potencializam a agressividade pré-existente e contribuem para o descontrole.
O fato da violência contra mulher se esconder nos ambientes privados das residências leva a não resolução do problema, uma vez que mais da metade das vítimas não denunciam os crimes, sofrem caladas e não procuram ajuda.
Vergonha, medo, dependência emocional ou financeira dos companheiros são as principais causas do silêncio, fazendo com que a mulher entre em um ciclo vicioso de agressão.
Primeiro vêm as brigas mais fervorosas e as ameaças, depois estas são concretizadas e a violência física acontece. Em seguida, ocorre a fase da reconciliação, quando o agressor pede perdão, agrada a mulher com carinho e presentes e promete que nunca mais vai acontecer.
Depois da repetição por anos desse ciclo, ele finge que engana e ela finge que acredita. Mas muitas vezes essa situação termina em tragédia. "o drama do cotidiano da violência já é por si só uma violação da integridade física e psíquica da mulher, podendo além disso resultar em morte desta mulher, de seus filhos e familiares". Diz a psicóloga e coordenadora do programa de atendimento a mulheres vítimas de violência, Clara Goldman.
Não é raro casos de mulheres que toleram essa situação por anos, sentindo-se desamparadas e impotentes para transformar suas realidades, mas o que muitas delas não sabem é que não estarão sozinhas caso decidam denunciar os agressores e procurar ajuda. Segundo Clara Goldman, "a Prefeitura do Recife, através da coordenação da mulher e da Secretaria de Saúde, desenvolvem ações articuladas com outros órgãos para garantir a proteção, os cuidados físicos e psicológicos para a vítima orientando sobre como denunciar o agressor. As punições têm respaldo na atual lei Maria da Penha, que representa um avanço no combate à violência contra mulher"

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